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A fotossíntese é um processo através do qual as espécies vegetais retiram gás carbônico da atmosfera liberando oxigênio durante o dia. Do outro lado, durante a noite, a respiração dos vegetais utiliza oxigênio para então liberar o gás carbônico. Quando os vegetais estão em crescimento a taxa fotossintética tende a ser maior que a de respiração, significando balanço positivo em termo de seqüestro e estoque de carbono. Na maturidade das plantas a taxa tende ao equilíbrio, ou seja, a fotossíntese que fixa gás carbônico é igual a respiração que emite, tornando o balanço nulo. Na senescência a taxa de respiração tende a ser maior do que a de fotossíntese, traduzindo-se em uma planta que está emitindo mais gás carbônico do que fixa de oxigênio. A natureza de uma árvore se reflete na floresta toda, o comportamento descrito para uma planta é o mesmo para o conjunto delas – florestas em crescimento seqüestram e estocam carbono, quando este estoque está no limite da capacidade de sítio o processo tende a se reverter.

Desta forma é necessário investir em formas de uso das florestas que busquem aproveitar ao máximo o seu potencial produtivo. Manter florestas produtivas significa investir em tecnologias de manejo cada vez mais avançadas, que busquem retirar o máximo de produção fotossintética, resultando em florestas saudáveis e que geram benefícios para a sociedade. Notadamente a produção de madeira contribui para manter a floresta saudável, as tecnologias de manejo então devem buscar aumentar cada vez mais esta produtividade, mantendo esta verdadeira maquina de seqüestrar e estocar carbono em funcionamento. A sociedade, em contrapartida, deve aumentar o seu consumo de madeira e consequentemente o estoque e seqüestro de carbono, uma forma de contribuir através do uso da tecnologia de manejo empregada nas florestas. Quanto mais madeira de manejo florestal é consumida pela sociedade, maior é a contribuição das florestas para mitigar mudanças climáticas. Além disso, os resíduos de toda a cadeia produtiva florestal, e a própria madeira no final do seu ciclo de vida, são matéria-prima para produção de combustíveis renováveis.

Esta no uso de tecnologias limpas a solução para a poluição atmosférica, sólida e líquida. Quanto mais destas tecnologias são disponibilizadas para a sociedade, maior o impacto delas em reverter um quadro histórico de mal uso e deterioração dos recursos naturais. Mas é importante manter o foco: Tecnologias Limpas para Uso da Sociedade são capazes de reverter o quadro.

Quando se fala em tecnologias, sejam elas limpas ou não, o objetivo é atender os usuários, no caso, os usuários de alternativas para a queima de combustíveis fósseis, responsáveis pelas emissões. Essas tecnologias também podem atuar aumentando o seqüestro e estoque de carbono na sociedade, sempre com o foco na redução das emissões totais de carbono.
 
Depois de 25 anos de avisos do IPCC, se confirma que a mudança climática é real, acontece em um ritmo alarmante e o que a provoca são as atividades humanas, principalmente a combustão de fósseis (gasolina, diesel etc). O total antropogênico (causado pelo homem) da forçante radioativa para 2011 é 44% maior em relação a 2005. A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra é a maior em pelo menos 800 mil anos.

A concentração de CO2 na atmosfera aumentou 40% desde a era pré-industrial em razão das emissões oriundas da queima de combustíveis fósseis. Deste total, 30% foram absorvidos no período pelos oceanos. Com o aquecimento da Terra as regiões úmidas devem receber ainda mais chuvas, e regiões secas ainda menos.

O mundo precisa de tecnologias capazes de reverter este quadro e, no caso brasileiro, o uso da terra é o grande trunfo nacional, que tem promovido o desenvolvimento sustentável do país. Basta ver os dados do PIB nacional das últimas décadas para comprovar isto.

Está na forma tecnológica como os proprietários brasileiros fazem uso da terra um dos maiores potenciais do país para atrair e manter negócios em tempos de mudanças climáticas. A qualidade e quantidade de carbono que podem ser seqüestrados e estocados pelas diferentes tecnologias de uso da terra são essenciais para que o Brasil contribua para mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais e, de quebra, investir também na adaptação do setor rural para o fenômeno.

Embora possa parecer trivial, a argumentação derruba o mito de que combater o desmatamento é uma solução para mudanças climáticas globais. Se é o uso da tecnologia pela sociedade que determina a capacidade de reverter o quadro, combater o desmatamento falha em atender a demanda da sociedade por tecnologias limpas, capazes de reduzir emissões ou aumentar o seqüestro e estoque de carbono atmosféricos.

Entretanto o uso de melhores práticas de uso da terra preconizado no programa ABC traz resultados reais e práticos nesta busca de adequação para a nova realidade global, entre elas as plantações florestais. Entre os programas para redução das emissões de carbono no Brasil, a completa ignorância sobre o papel da madeira frustra a sociedade, que continua enxergando na madeira um problema ambiental, quando na verdade está nela a solução da equação climáticas nacional.

Outro ponto importante nesta discussão é o descortinamento de uma Economia Verde Global, que deposita na qualidade ambiental das cadeias produtivas toda a capacidade de manter competitividade no futuro. Nesta Economia Verde, a capacidade das regiões e países em absorver os impactos ambientais na poluição atmosférica, geração de resíduos sólidos e efluentes líquido é fundamental para determinar a atratividade dos negócios para consumidores, investidores e empresários de forma geral. Assim sendo, manter a qualidade ambiental é uma questão chave para garantir a atração de investimentos verdes.

No caso brasileiro, o foco das políticas públicas e privadas de geração e comercialização de créditos de serviços ecossistêmicos/ambientais precisa ser manter a competitividade nacional. Exportar carbono, água e biodiversidade em forma de créditos para outros países e economias fortalece a competitividade da concorrência, um “tiro no pé” da Economia Verde nacional.

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Helivelton Brasileiro
31/10/2013 12:26:54
Este artigo está cheio de dubiedades,
talvez o autor mostre onde quer chegar:

1. fala da importancia da redução das emissões de carbono, mas então diz que combater o desmatamento é um mito como uma solução às mudancas climaticas !

2. diz que as políticas públicas e privadas precisam manter a competitividade nacional, e então diz que exportar em forma de créditos é um "tiro no pé" na Economia Verde.
Não sabe que a Economia verde agrega valor ao produto ? E se não trazer recursos de fora, vai sustentar só com o que temos aqui dentro ?

Eder Zanetti
31/10/2013 16:51:12
Prezado Brasileiro,
obrigado pelo comentário.
qualidade ambiental é diferencial competivivo, neste sentido, quem tem qualidade ambiental tem vantagens sobre os que dela necessitam. ao exportar qualidade ambiental, como venda de créditos de carbono, os compradores ficam desobrigados de mudar seu sistema produtivo. Se a qualidade ambiental for mantida no seu local de origem, a única forma de obte-la é mudando o seu processo produtivo para onde ela esá. Assim, os investimentos para produçao verde vao ser deslocados de onde naõ conseguem mais ser mantidos com qualidade ambiental, gerando emprego e renda naqueles locais que a mantem.
naturalmente que dentro dos limites nacionais, a qualidade ambiental pode ser transferida, contribuindo para melhorar a competitividade do Brasil nos mercados internacionais.
sugiro uma leitura do tema dos bens e serviços ambientais na rodada de Doha,
espero ter contrubuído,
saudações florestais
Eder

Fernando Cardoso-USP.ESALQ 1936
01/11/2013 12:53:12
Mencionar a atividade rural e o desmatamento sem comparar com a queima dos combustíveis fósseis(hidrocarbonetos e carvão), é contornar o problema, com risco de envolvimento em interesses de terceiros para limitar a produção de cereais por motivos comerciais.

ADERSON
09/11/2013 14:55:49
Prezado professor Eder, boa tarde.

Sou leigo no assunto, pois sou Engenheiro Civil de formação, mas acho o assunto interessante e gostaria de melhor entende-lo.

Primeira Questão: Ao mencionar que a floresta adulta no balanço geral consome oxigênio ficou a deixa para justificar o desmatamento, certo? Mas para qual objetivo exatamente? Florestamento?

Entendo que preservar florestas têm outros benefícios, tal como qualidade de água para abastecimento público e controle de erosão. Acredito que não se pode desmatar uma floresta somente com esse argumento.

Segunda Questão: Não ficou claro que a floresta adulta, embora consuma oxigênio (quanto, não sei) é um estoque biológico de carbono e, assim como nós seres humanos também somos, após sua morte, através da atividade biológica que irá consumi-la, o carbono será devolvido a natureza. Isso significa que cortar florestas ou queimá-las, liberta gás carbônico. Como fica isso?

Grato.

Eder Zanetti
19/11/2013 16:30:31
Prezado Anderson,
obrigado pelos seus comentários.
primeiro: as árvores precisam ser colhidas quando maduras. A atividade que irá ser realizada depois, depende do interesse dos proprietários rurais, políticas públicas e privadas. como engenheiro florestal, minha sugestão é reflorestamento com espécies nativas. veja que este termo, desmatamento, é pejorativo. não se fala, por exemplo, em desmilhamento, desojamento ou etc... a colheita florestal é parte das atividades florestais, beneficia o ambiente e a sociedade.
segundo, assim como a colheita da soja, do milho e similares traz benefícios para a sociedade,e depois o processo é reiniciado, a mesma coisa deve acontecer com florestas, desde que a sociedade perceba e valorize a importancia de consumir cada vez mais madeira. leve em consideração, por exemplo, que não é porque as pessoas comem carne que acabaram os bois, aliás, exatamente o contrário.
espero ter contribuído,
saudações florestais


Eder

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